ORELHÕESS COM OS DIAS CONTADOS

Para quem precisa usar um telefone publico, essa é a impressão! A alguns dias atrás estava sem celular, e precisei usar um orelhão, andei muito a procura de um telefone, mas sem sucesso, quando não estavão quebrados literalmente, não funcionava.

Essa busca me fez pensar, existe um plano de manutenção para esses aparelhos? Ou já existe data para extinguir definitivamente os telefones publico para aumentar ainda mais a aquisição de novas linhas móveis?

Quando o sistema brasileiro de telecomunicações foi fatiado e privatizado, ouve a necessidade de garantir aos usuários do sistema o amplo direito de uso, sobretudo a população de baixa renda.

Naquela época, os orelhões foram escolhidos como opção para quem não tinha como pagar por uma linha telefônica que chegou a custar o preço de um carro zero.

Segundo TELETIME, revista especializada na área Com as metas, os orelhões de telefonia pública foram instalados em praticamente cada esquina das principais capitais. Nos demais lugares, seguiu um cronograma de instalações que levava em conta o número de habitantes da região. Foi um sucesso, por assim dizer, mas parece que os orelhões estão com os dias contados. E o mais curioso é que isso ocorre não pela qualidade do serviço, mas sim pela aparente falta de interesse dos brasileiros.

Nas regiões atendidas pela Oi, por exemplo, a quantidade de minutos de uso dos orelhões por mês caiu de 955 milhões em janeiro de 2006 para 360 milhões em outubro de 2009. A mesma operadora viu sua receita com a telefonia pública despencar: de R$ 346 milhões no primeiro trimestre de 2008 para R$ 86 milhões no terceiro trimestre do ano passado.

Alguns especialistas dizem que isso se deve à popularização da telefonia móvel. Afinal, com quinze reais é possível recarregar um aparelho baratinho, obtido por meio de promoção no jornal. Ainda assim, também há quem diga essas linhas móveis são apenas para receber chamadas, e que muitos consumidores recorrem ao orelhão quando precisam efetuar chamadas, até porque o minuto de ligação é muito mais barato no orelhão do que no celular.

Como a telefonia pública é deficitária faz tempo, agora as operadoras solicitam que as novas metas de universalização das telecomunicações sejam mais brandas no que diz respeito à instalação de orelhões. Eu não sei dizer até que ponto as telecoms falam a verdade, e até que ponto querem apenas investir menos. De qualquer forma, a verdade é que o orelhão é cada vez menos usado.

Roberto Passos

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