A partir de setembro, uma portaria do ministério do trabalho obriga as empresas que usam relógio de ponto eletrônico a emitir comprovante em papel. Para obedecer à nova lei, cresceu a produção do equipamento.
Uma empresa que atua no ramo fabrica 300 relógios eletrônicos de ponto por mês. São dois modelos: registro com cartão e biometria, que é a leitura da impressão digital.
Para atender às exigências do Ministério do Trabalho, os empresários José Roberto Stagliori e o filho Renato Stagliori deixaram de lado a fabricação dos antigos relógios de ponto e desenvolveram um projeto totalmente novo.
“Primeiro que ele mudou de nome, né? Ele não é mais relógio de ponto, o governo chamou de registrador eletrônico de ponto que se chama no mercado de Rep. A principal alteração é a impressora”, diz o pai.
O modelo atual tem um software que armazena as informações enviadas à impressora. Tem capacidade de registrar até 60 milhões de marcações de pontos. O programa é antifraude, uma exigência do ministério do trabalho, que pretende acompanhar essas informações.
Os antigos relógios, batidos em cartões de papel, contudo, vão continuar existindo. Eles não se enquadram na nova portaria. O Rep só é obrigatório para os relógios de modelo eletrônico.
Novos relógios
Para fabricar os novos relógios eletrônicos, a empresa investiu R$ 500 mil no desenvolvimento do sistema e na compra de equipamentos. Para reduzir custos, o empresário terceiriza a fabricação dos componentes eletrônicos que são montados em uma placa.
Depois de pronta, a placa recebe uma resina que garante que a memória com os dados dos funcionários fique protegida. Em seguida, o gabinete é lacrado e vedado. É muito importante a qualidade do papel usado para a impressão.
“Ele tem que ter uma garantia que essa impressão permaneça por cinco anos. É um papel especial, um papel que a fabricante de papel nos dá essa garantia”, diz o empresário.
Segundo estimativa do ministério do trabalho, cerca de 700 mil relógios de ponto devem se adequar à nova lei, que entra em vigor no dia 1º de setembro deste ano.
A empresa já vendeu 2 mil relógios que emitem comprovantes. O preço é a partir de R$ 3 mil reais. Depois do anúncio da nova lei, as vendas do equipamento aumentaram 10 vezes e o faturamento da empresa cresceu 40%.
“A gente entende que é importante que as empresas tenham o Rep para mostrar para o governo a sua boa intenção, que está fazendo tudo direitinho com seus funcionários”, sugere o empresário.
Instalação
Em uma gráfica em São Paulo, o relógio eletrônico fabricado pela empresa foi instalado em dezembro de 2010. Foram gastos R$ 4 mil.
O procedimento para marcar o ponto é simples e rápido. Quando o funcionário chega à empresa, passa o cartão com o código de barras e o relógio eletrônico faz a leitura.
Os registros garantem o horário exato de entrada e saída dos funcionários. “Numa briga judicial, está tudo ali, né? Não ter problema nenhum”, diz Sérgio Cardozo, funcionário da gráfica.